Quando fui estudar para Coimbra, fiquei a viver numa residência universitária, que albergava 54 meninas.
Uma casa que sem dúvida me trouxe muitos ensinamentos no que diz respeito ao que significa viver em comunidade.
Havia gente de vários países, diferentes culturas, e por concequente formas de estar e agir muito díspares das nossas.
Ali fiz grandes amigas, muitas delas ainda mantenho, sempre tive boa relação com as minhas colegas de quarto!
Mas claro que este tipo de casas nos deixam sempre recordações engraçadas de pessoas ou situações que nunca se esquecem!
Eu costumava dizer que a minha prática de psicologia começava logo pela casa onde vivia devido à adaptação a que tinhamos que nos sujeitar!
Acontecimentos bizarros que se na altura me faziam franzir o sobrolho, hoje fazem-me sorrir e muito!
Ontem no msn, em conversa com a A. uma amiga que mantenho desde o segundo ano da faculdade e colega do meu andar la da famosa casa, recordamos a estranha personagem que era tão poupada ao ponto de ter bebido a água de cozer as batatas convencida que aproveitaria para si as vitaminas.
a Mesma que gostava de comer pão com gelatina e iogurte com couve, beber sopa gelada!
Um dia esta artista ao receber na cozinha a notícia de que tinha uma positiva num exame, esquecida que na sua mão estava uma tigela cheia de leite e cereais, deu um salto tão vigoroso que não só o chão, as paredes, mas também os armários partilharam do seu lanche!
Ouentão a outra que nunca limpava o quarto, guardava tanta comida estragada debaixo da cama que o cheiro se sentia no corredor!
Como éramos nós que fazíamos a própria comida, muitas vezes assistia-se a verdadeiras mistelas que tiravam a fome a um esganado!
Desde massa com ovo maionese e chouriço, até ervilhas com arroz de colar ao tecto.
Eu cozinhava muito sozinha ou em grupo com amigas la da casa, muitas vezes perdíamos a fome só com o cheiro das "delícias" das outras!
Note-se que a cozinha era enorme e chegavam a estar por vezes mais de 10 a cozinhar!
Era a loucura!
Mas por haver tanta gente de lugares diferentes, aprendi imensos pratos africanos, madeirenses, e até de timor!
Acima dos atrítos normais inerentes a uma residência universitária, havia uma partilha e solidariedade que nos fez crescer como seres humanos e nos enriqueceu culturalmente!
E a saudade... essa ficará para sempre em quem lá viveu.
12 comentários:
Meu deus, que gaja forreta. Dava tudo para conhecer a peça.
Pa . . parei na parte em que tu vivias com 54 gajas!! Mas isso é o sonho de qualquer gajo pa!! Comeste-as ??? Ou vais-me dizer que não curtes gajas . . . .
:|
Óptimas recordações!
Deve er sido fantástico... 8)
Viver numa residência de estudantes, pode trazer alguns dissabores... Mas sabe sempre bem contar as histórias que por cá se passam. Digo isto, porque vivo numa residência de estudantes ...
S* não gostarias não de a conhecer porque aquilo era um bico de obra, uma chaga conflituosa e altamente desiquilibrada.
Rui: curto gajos que acima de tudo não cansam as "gajas" com a mesma piada chunga...
Nocas: acredita...... recordações fantásticas daquela que hoje ainda chamo casa, a minha casa de Coimbra.
Bailarina: de mais mesmo algo que me fez crescer.
Rita Reis: bem-vinda! então sabes do que falo! boa sorte para o teu curso e aproveita, são lembranças que ficam para a vida. bjo
ººº
Uma vez que estudou em Coimbra, terei que tratá-la por Srª Drª ou nem por isso, lol
JOTA ENE: aqui sou apenas a petra, é assim que assino o blog e que pretendo que me tratem.
Ainda me ri um bocadão!!! Bons tempos!!
também tenho imensas histórias do meu tempo de estudante.
é tão bom recordar =)
bjs`*
Estou no último ano e já começa a nossa tão portuguesa saudade:)
Também por uma época andei numa residência universitária... mista! :)
Foi demais... Entre coisas boas de recordar e outras para esquecer, algumas pessoas me marcaram e hoje olho para esse tempo com alguma saudade...
Enviar um comentário