22 de janeiro de 2009

Que país é este em que vivemos?




Como é que uma coisa que devia trazer tanta felicidade pode transformar a vida de uma pessoa num verdadeiro calvário da noite para o dia!

Tenho uma antiga colega de escola que viu a sua vida dar uma volta de 180 graus de um momento para o outro.

No passado mês de Maio de 2008 a minha amiga F. foi para o hospital de bragança dar à luz o seu primeiro filho.

Ela e o marido estavam muito felizes com a novidade de serem pais pela primeira vez.

Durante o trabalho de parto, a equipa médica que acompanhou a F. decidiu que ela teria que ser submetida a uma cesariana.

após o nascimento do filho, a F. sentiu dores fortíssimas que nenhum analgésico aliviava e teve febres muito altas.

Quando o Médico que a assistiu foi confrontado com esta situação que já se estendia à vários dias e se agravava cada vez mais, reagiu com indiferença afirmando que tudo aquilo era normal e que a F. devia ir embora.

Já em casa, a minha colega continuou a piorar de dia para dia!
Como as dores estavam impossíveis de suportar F deslocou-se ao centro de saúde da vila, onde lhe foi diagnosticada uma pequena infecção na cicatriz da cesariana, ao que lhe foi receitado um antibiótico.

Como a medicação não surtiu quaisquer efeito, F. e o marido voltaram ao hospital de bragança onde F. esteve mais três dias deitada e cheia de dores sem que lhe fizessem exames mais aprofundados.

No terceiro dia como ela já não parava de gritar com dores foi levada para o bloco operatório onde após alguns exames que já deviam ter sido feitos ha muito tempo perceberam finalmente que F. tinha apanhado uma bactéria muito resistente que já lhe havia destruido o útero e começava a afectar outros órgãos vizinhos!

Dado que já não havia muito a fazer, os órgãos reprodutores foram-lhe retirados bem como qualquer esperança de voltar a ter filhos e de seguida foi em estado muito grave para um hospital no Porto.

Actualmente F. continua nos cuidados intensivos impedida de acompanhar o crescimento do seu filho.

Nunca mais poderá voltar a trabalhar nem levar uma vida normal visto que este problema a tornou dependente a vários níveis.

Agora pergunto eu: que país é que temos, que médicos são estes que não dão ouvidos as queixas dos seus doentes e os negligenciam desta forma!

Este caso está a ser investigado pela direcção geral de saúde, pois para além de ter havido negligência por parte da equipa médica durante a cirurgia, não foi dado qualquer crédito aos sinais e queixas apresentados pela F.



Espero de todo coração que isto se resolva e que seja feita justiça!

Pelo que sei este não é o primeiro caso neste hospital e tem de ser feita alguma coisa para que acabem com esta vergonha.

Força F. um grande beijinho para ti!

Nunca percas aquela vivacidade que sempre te caracterizou tão bem.